Painel 1: Utopias de passado: a história e seus fins

Nas mais diversas culturas, as narrativas sobre o passado, a despeito de suas diferentes formas, cumpriram certas finalidades, desde a transmissão intergeracional de memórias e saberes até a instrumentalização política. Esses relatos evidenciam diferentes concepções das categorias de passado, presente e futuro e suas articulações na experiência temporal. Ao falar em “utopias de passado”, propõem-se, mais explicitamente, um debate sobre os futuros passados e as expectativas frustradas ou nunca cumpridas de pequenas e grandes utopias. Projetos anteriormente derrotados ou ineficazes podem ainda ser recuperados como alternativas para o futuro? Quais projetos recuperar? Ao se pensar sobre essa recuperação, não se estariam atualizando as noções de exemplaridade e de possibilidade de aprendizado com o passado? Igualmente, ao se pensar “fim” não como “finalidade”, mas como término, são colocadas outras indagações: em sociedades cada vez mais orientadas pela racionalidade neoliberal, como propor narrativas oriundas de processos coletivos e sociais como a história e a memória? Estaríamos diante de uma prática historiográfica sob demanda, individualizada ao máximo? Esses são alguns questionamentos que o Painel Utopias de passado: a história e seus fins propõem para ser debatidos, a partir de múltiplas perspectivas de atuação profissional e de pesquisas, durante o EPETH.

Participantes:
Aryana Costa (UERN), Marcelo Abreu (UFOP), Débora Faccin (UFRGS), com mediação de Caroline Pacievitch (UFRGS)

Painel 2: Memórias do futuro: democracia e recomeços

A contemporaneidade é marcada pelos traços de uma crise generalizada, que se manifesta no plano social, na esfera da política, no âmbito ambiental, entre outras formas. Diante dessa crise, que futuros são possíveis hoje? Frente ao avanço de forças antidemocráticas, que desejam suprimir o espaço do dissenso, do pluralismo e da multiplicidade de existências possíveis (humanas e não-humanas), como podemos pensar em um porvir realmente democrático? Como podemos recomeçara democracia, levando em consideração não só a recordação das catástrofes modernas, mas também reatualizando e reimaginando futuros fundamentais para sua sobrevivência? Que memórias de futuro se abrem em tempos de democracia e recomeços? Essas são algumas das questões que orientam o painel temático Memórias do futuro: democracia e recomeços do EPETH. 

Participantes:
Arthur Alfaix Assis (UnB), Mariana Silveira (UFMG), Matheus Gomes (UFRGS), com mediação de Marcus Vinícius Rosa (UFRGS)

Painel 3: Práticas historiográficas e coletivos

A escrita da história e a produção do conhecimento histórico vêm assumindo nas últimas décadas uma pluralidade de formas possibilitadas pela emergência de novos meios de comunicação, como mídias digitais e redes sociais, bem como pela ascensão de novos produtores de conteúdos históricos, nem sempre ligados ao regime disciplinar da história. Com isso, a organização do campo historiográfico, centrado na ideia de disciplina, passa por um tensionamento que questiona seus aspectos epistemológicos e institucionais. Uma das características marcantes na contemporaneidade é a formação de coletivos vinculados às práticas historiográficas. Com modalidades distintas de atividade e atuações variadas no espaço público, estes coletivos propõe outras formas de organização das práticas historiográficas, bem como de seus praticantes. Qual a importância dos coletivos de historiadores e historiadoras para o fazer histórico na atualidade? Como se relacionam com os espaços formais de organização do saber (como a disciplina e seus correlatos institucionais, escolas, institutos, laboratórios, departamentos etc.)? Como é definida ou redefinida a identidade de historiadores e historiadoras a partir de suas performances no âmbito destes coletivos? O painel temático Práticas historiográficas e coletivos provoca o público do EPETH a refletir e discutir a respeito dessas e de outras indagações contemporâneas.

Participantes:
Bianca Vieira (UERJ), Fernanda Oliveira (UFRGS), Caio Tedesco (UFRGS), com mediação de Evandro dos Santos (UFRN)